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Mostrando postagens de maio, 2018

Tesouro desenterrado

   Sob o título "Goyaz e Matto Grosso", a Gazeta de Notícias (RJ) de 1° de junho de 1893, publica notícia de um viajante goiano que encontrou e desenterrou um tesouro, contendo duas arcas, na estrada entre Campo Grande e Nioaque. O detalhe é que o sortudo ainda colocou-se à disposição de eventual dono do tesouro para possível resgate do mesmo: "De viagem pela estrada que conduz de Campo Grande a Nioaque, distante sete léguas do primeiro povoado, o cidadão José Carvalho de Azevedo encontrou uma pedra lavrada por três faces e fincada, notando que aquela pedra só podia ter ali ido parar conduzida por alguém e que devia assinalar alguma coisa, resolveu aí ficar e cavar o lugar, e de fato, depois de uma cova de mais de oito palmos, encontrou um e depois outro caixão contendo valores em ouro, bem como ouro em pó. Por esta estrada passou a força para o Paraguai, havendo aí um grande fogo. Se alguém se julgar com direito ao achado e dando os sinais certos se lhe indica...

Coluna Prestes ataca Ribas do Rio Pardo

Estacionado desde o dia anterior na ponte da ferrovia, nas proximidades da vila de Ribas do Rio Pardo, o destacamento da Coluna Prestes, sob o comando de Siqueira Campos, em 31 maio de 1925, faz “um reconhecimento ofensivo sobre a estação de Rio Pardo, conseguindo ocupá-la depois de cerrado tiroteio, destruindo-a então. Era uma demonstração de força que visava a atrair para aquele ponto todas as forças governistas que guarneciam o eixo da Noroeste. A manobra deu resultado,conseguindo toda a divisão, sem maiores problemas, alcançar a vila de Jaraguari, a 4 de junho, a apenas oito léguas de Campo Grande".¹ Otávio Gonçalves Gomes, em sua infância, testemunhou a invasão de Rio Pardo, descrita em seu livro "Onde cantam as seriemas": A noite decorreu sem novidade, mas sob intensa atividade militar. Quando o dia vinha clareando, disse meu pai : - Não vieram até agora, não vêm mais. Dessa nós estamos livres. Foi a conta. No mesmo instante começou o tiroteio. Os revoltoso...

Cólera mata o comandante

Na guerra contra o Paraguai, a epidemia de cólera-morbus que dizimava a coluna na retirada da Laguna, acometera em 29 de maio de 1876, o seu comandante-chefe, coronel Carlos Camisão. Taunay revive o drama: A 29 tornou-se evidente que o Coronel morreria. Por vezes vencera o sofrimento aquela dignidade que tanto zelara: ‘Dizem que a água mata, exclamava, dêem-ma, quero morrer!’ Caiu num estado de torpor e sonolência e o corpo cobriu-se-lhe de manchas violáceas. Às sete e meia fez supremo esforço; levantou-se do couro em que estava deitado, apoiou-se sobre o capitão Lago, e perguntou-lhe onde estava a coluna, repetindo ainda que a salvara. Depois, voltando os olhos, já vidrados, para o seu ordenança, exclamou em tom de comando: ‘Salvador! Dê-me a espada e o revólver.’ Procurou afivelar o talim e exatamente nesta ocasião deixou-se rolar no chão murmurando: ‘Façam seguir as forças, que vou descansar.’ E assim expirou. Naquele mesmo dia, com a morte do tenente-coronel Juvêncio Manuel...

A trincheira de fumaça

Um dos mais cruéis recursos da guerrilha paraguaia durante a retirada da Laguna, foi atear fogo no cerrado, para valer-se da fumaça como trincheira contra os soldados brasileiros, conforme anotou o combatente Taunay em 28 de maio de 1867: Poucos minutos depois da chegada lançaram os paraguaios fogo ao capim da colina em que se achavam, fogo que, tangido por um violento vento de N, em breve cobriu-nos de espessa fumaça, obrigando-nos a formar um aceiro para impedir a entrada das chamas na área que ocupávamos. – Imediatamente rompeu violenta fuzilaria a que os nossos soldados responderam, apesar de sufocados e quase asfixiados. Com as abertas que as rajadas de vento de quando em quando abriam na fumaça, reconheceu o Batalhão haverem-se aproximado do banhado cento e tantos infantes, os quais, deitados no chão, faziam continuado fogo. – Aproveitando as ocasiões, procuramos ofender ao inimigo, o que conseguimos, pois que, antes da terminação da fumaça, cessaram os tiros da fuzilaria . ...

A morte do Guia Lopes

Túmulo de José Francisco Lopes, o guia Lopes da Laguna, em Jardim Acometido pela cólera que atacou a coluna brasileira durante a retirada da Laguna, morre em 27 de maio de 1867, ao alcançar a margem do rio Miranda, em terras de sua fazenda Jardim, o guia José Francisco Lopes. Taunay registra: Na manhã de 27 ainda de nós se aproximou o inimigo, fazendo menção de nos disputar a passagem do ribeirão que dá o nome o retiro. Conteve-se, porém, ante a atitude do 17° de voluntários que formava a retaguarda, e assim continuou a nossa marcha, como a da véspera. Já sem voz, era o coronel Camisão carregado sobre um reparo de peça, Lopes sobre outro e o tenente-coronel Juvêncio, assim como vários outros oficiais e inferiores em redes. Durante a última parada três haviam morrido. A meia légua do retiro atingimos afinal a margem do Miranda, demasiados abatidos e acabrunhados, porém, para podermos experimentar a alegria com que contáramos. Via-se a margem oposta, a casa do guia, o teto hospital...

A degola dos coléricos

Relatório oficial do comandante das forças em retirada, em 26 de maio de 1867, refere-se a epidemia de cólera que avassalou a tropa brasileira na trágica retirada da Laguna e sintetiza o auge da calamidade nessa cena dantesca: Nessas penosas contingências marchou a força debaixo de chuvas repetidas durante os dias 21, 22, 23, 24 e 25 em que chegou ao córrego da Prata a 3 1/2 léguas do Jardim. Então o número de enfermos era tal que literalmente metade da força era empregada em carregá-los, pois que, cada padiola ocupava oito homens em sua condução. O descontentamento e fadiga da soldadesca eram evidentes. Os sãos, depois de poucas marchas, caiam exaustos pelo cansaço aos golpes da moléstia; e o estado geral reclamava uma pronta solução. O coronel Camisão tomou então uma medida de que dependia a salvação do resto da força, medida cuja execução foi horrorosa e custou-nos momentos angustiosos e cruéis. A 26 ficaram abandonados 76 morimbundos, os quais, apenas moveu-se a força, fora...

A morte de Zacarias Mourão

Nascido a 15 de março de 1928 , em Coxim, é assassinado em Campo Grande, em 23 de maio de 1989, o compositor Zacarias Mourão. Filho de José dos Santos Mourão e Cantemira Terra Mourão, aos 11 anos de idade - relata João Ferreira Neto - "teve que trocar sua Coxim por um seminário em Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro, fato que o marcou. Foi quanto teve a ideia de deixar algo que o lembrasse. Assim surgiu no quintal da casa dos padres, onde Zacarias morava com o padre Chico, um 'pequeno arbusto' que cravou suas raízes no solo de Coxim, cresceu e tornou-se o nosso famoso - pé de cedro." Em São Paulo, na década de 50, entrou para a polícia rodoviária estadual e formou-se em jornalismo pela Fundação Casper Líbero, vindo a consagrar-se em todo o Brasil como compositor de várias músicas sertanejas, sendo a mais conhecida delas o clássico Pé de Cedro , em parceria com Goiá, gravado originalmente por Tibagi e Miltinho. Sua morte não foi devidamente esclarecida. F...

A morte de Selvino Jacques

Surpreendido por uma captura policial, no dia anterior, na beira do rio da Prata, o célebre bandoleiro  gaúcho é atingido mortalmente, vindo a falecer no dia seguinte ao conflito, 19 de maio de 1939. Brígido Ibanhes descreve o cenário e os detalhes de sua última luta, contra patrulha comandada por Orcírio dos Santos, pai do ex-governador Zeca do PT: Sempre patrulhando seguiram o rio da Prata e quando estavam para chegar no Passo da Aroeira, algo chamou a atenção do Horácio, o mais novo dos Santos ali na captura.  Fazia uma manhã fria e nevoenta perto do rio, e a cerração serpenteava seguindo o curso do Prata pelo meio do cerrado. O Orcírio, o Alcides e mais três companheiros iam na frente e o Dinarte, com o resto do grupo, ia a uns cem metros atrás. Orcírio ia discutindo com o Lito Ferreira. - Sabe, Orcírio, nesta mesma hora passamos por aqui da outra vez. Lito se zangava à toa e o Orcírio só para provocá-lo olhou o seu relógio como se estivesse conferindo a infor...

Combate na cabeceira do Apa

Malan D'angrogne, comandante militar de Mato Grosso A coluna Prestes ataca em 14 de março de 1925, tropas do exército comandadas pelo coronel Bertoldo Klinger, na cabeceira do Apa. É o primeiro confronto entre os rebeldes e as forças legais. O coronel legalista Malan D’Angrogne, comandante da circunscrição militar, em Campo Grande, em econômico relatório, resume o combate: A 14, dois regimentos rebeldes (Siqueira Campos e João Alberto), com cerca de 300 homens, atacavam ao alvorecer, as posições da Cabeceira do Apa. Envolvendo rapidamente um Pel da 5a Cia do III/3o RI, aprisionavam um 1° Tenente. Mas, detidos por intenso fogo de Mtr. eram repelidos e perseguidos pelo 50° RC. No dia imediato, substituídos ou reforçados, parece que queriam renovar a luta, quando, com suma surpresa, se viram atacados violentamente: abandonando quatro dos nossos homens aprisionados na véspera e aprisionados em Panchito, debandavam perseguidos até Estrela, isto é, por mais de cinco léguas. A tropa...

Armas contra a divisão

Bento Xavier foi o líder da insurreição separatista no Sul do Estado Em longo relatório à Assembléia Legislativa, em 13 de maio de 1908, o presidente Generoso Ponce descreve as movimentações do rebelde  Bento Xavier no Sul do Estado  e das providências tomadas para contê-lo: " Informado do que lá se passava de grave contra a ordem pública e mesmo  ameaçador à integridade do Estado ; não podendo nem devendo ficar indiferente aos acontecimentos, que dia a dia tomavam maior vulto, reclamando prontas e enérgicas providências, tive de organizar, como sabeis, uma expedição militar, que daqui partiu a 30 no referido mês de novembro. Compôs-se a força expedicionária de 177 homens, sendo 120 praças de polícia e 50 do exército e 7 oficiais a saber: 2 do exército e 5 da polícia, bem como o 1° tenente do exército dr. Emílio de Castro Brito, que acompanhou o contingente de linha que daqui (Cuiabá) seguiu. Em Corumbá recebeu ela outros recursos bélicos, cedidos pelo governo d...

Combate de Nhandipa

Homenagem aos soldados paraguaios mortos no combate de Nhandipá Na retirada das tropas brasileiras da fazenda Laguna, durante a travessia do rio Apa, em Bela Vista, fere-se em 11 de maio de 1867, o combate de Nhandipá, onde entraram em ação 3.000 homens de ambos os lados, caindo na batalha para mais de 100 combatentes. O confronto é descrito pelo major José Thomaz Gonçalves, comandante do Batalhão 21 de Infantaria: “O dia 10 foi de descanso, efetuando-se a 11 de manhã a passagem do rio Apa, com a qual gastou a força mais de 4 horas pela quantidade de animais e carros que passaram de uma margem a outra. Às 9 horas começou a marcha na ordem adotada anteriormente, caminhando-se perto de três quartos de légua sem avistarem-se inimigos. Entretanto, os terrenos prestavam-se perfeitamente ao movimento da cavalaria, por serem ligeiramente ondulados e abertos em todos os sentidos. Observou-se, por isso, o maior cuidado, prevendo qualquer tentativa em que fosse ainda experimentado o val...

Fundada a colônia militar de Dourados

É fundada no sul do Estado a colônia militar de Dourados. Segundo informação da época de sua implantação, a colônia "está localizada em um lugar aprazível e fértil, sobre uma chapada na margem direita do primeiro e maior dos três braços que formam o rio dos Dourados, entrecortada por capões e vertentes que vão encontrar no principal galho do rio. Fica abaixo do dorso da serra de Maracaju em uma distância de quatro a cinco léguas na zona compreendida entre este rio e o Ivinhema, Paraná e Iguatemi, e elevação da mesma serra para o lado do nascente, na distância de 12 léguas de Miranda, rumo geral 5. Inaugurou-se esta colônia com 1 empregado militar, 29 praças e 10 colonos paisanos, depois de 5 anos de esforços". O primeiro comandante da colônia foi o tenente  Antonio João Ribeiro , herói da guerra do Paraguai. FONTE:  Relatório do Ministério da Guerra, Rio de Janeiro, 1866, página 14. Para conhecer outros fatos históricos do dia CLIQUE AQUI!

Começa a retirada da Laguna

A retirada da Laguna, composição de Álvaro Marins Encurralado e fustigado pela forte caval aria i nimiga, com insuficiência de muni ção, falta de víveres e t endo como justificativa, retroceder à fronteira para "aguardar algumas probabilidades de nos abastecer e gozar de pequeno repouso", a força brasileira de ocupação ao norte do Paraguai, inicia em 8 de maio de 1867, a célebre retirada da fazenda Laguna, ocupada em  6 de maio . O episódio foi  descrito  pelo tenente Taunay, escriba da expedição e seu mais ilustr ado  protagonista: Quando no dia seguinte, o sol se levantou (era um dia dos mais serenos) já estávamos em ordem de marcha com as mulas carregadas, os bois de carro nas cangas e tudo quanto restava do gado encostado ao flanco dos batalhões, de modo a seguir todos os movimentos da coluna. Às sete da manhã, o corpo de caçadores desmontados, a quem competia o turno da vanguarda, abriu a marcha, tendo a seguir bagagens e carretas, circunstância que no...

Camisão toma a fazenda Laguna

Coronel Camisão, comandante das forças brasileiras de ocupação As tropas brasileiras, sob o comando do coronel Carlos Camisão atacam e tomam em 6 de maio de 1867, a fazenda Laguna, do presidente Solano Lopez, em território paraguaio: Na madrugada de 6 de maio foram os paraguaios acordados ao som de nossas descargas, sendo incontinenti ocupado o acampamento inimigo. Glória imensa coube à nossa soldadesca! O entusiasmo era indescritível! Nesta ocasião os paraguaios desmascaravam a força de que dispunham. Mais de 700 cavaleiros carregaram por vezes à infantaria brasileira, ao passo que duas bocas de fogo atiravam sobre ela inúmeros projetis. As partes deste combate vão juntas e minuciosamente relatam os seus brilhantes episódios. Muitas lanças, armas, cavalos, arreios e ponchos revieram para o nosso acampamento, pois que haviam os dois corpos recebido ordem para se retirarem, apenas os inimigos cedessem campo . A estratégia paraguaia viria a ser descoberta apenas depois da incursã...

Estado de Campo Grande?

Em nota oficial divulgada pelo rádio e pela televisão, em 3 de maio de 1977, o presidente Geisel anunciou a divisão de Mato Grosso, com a criação de um novo Estado, denominado Campo Grande. A nota da Presidência da República na íntegra: O Poder Executivo, após demorado estudo da questão, concluiu pela conveniência de criar um novo Estado na região Sul de Mato Grosso. Hoje o Presidente da República comunicou ao governador do Estado de Mato Grosso essa conclusão e determinou que se constitua, no Ministério da Justiça, um grupo interministerial para preparar o projeto de lei complementar a ser submetido à alta consideração do Congresso Nacional. A modernização do quadro político geográfico na fronteira Oeste do Brasil atende aos reclamos do desenvolvimento daquela área, que apresenta reais possibilidades de um grande surto de progresso nos próximos anos, criadas as condições da administração regional que se fazem necessárias. Ambos os Estados, tanto na região do Sul - Campo G...

Portão de Roma, monumento natural

Portão de Roma, entre rio Verde e rio Negro, em desenho de Taunay As forças brasileiras, que, na guerra do Paraguai protagonizariam a célebre retirada da Laguna, procedentes de Coxim a caminho de Miranda, em 1° de maio de 1866, entram no Portão de Roma, lugar adiante do rio Verde, descrito por Taunay: Saindo do ribeirão Verde passamos com 63 minutos de marcha um bosque e daí a 30 minutos a mata ou capoeira do Major com abrupta descida que vai ter a um pântano, em que gastamos cinco minutos seguindo-se nova mata e outro almargeal cortado também de mato. O terreno começa a subir; torna-se pedregoso e entra-se no Portão de Roma, péssima e dificultosa passagem com grandes lajes e rochas que se acham na trilha que serve para a viação. A paisagem é muito pitoresca, por isso que o caminho segue por um grande rasgão de serra, ficando entaliscado entre rochedos sobrepostos e todos cobertos de plantas sexatiles. O nome foi-lhe dado pelo sertanejo Perdigão que sem dúvida ligava à noção da ...