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Relatório oficial do comandante das forças em retirada, em 26 de maio de 1867, refere-se a epidemia de cólera que avassalou a tropa brasileira na trágica retirada da Laguna e sintetiza o auge da calamidade nessa cena dantesca:
Nessas penosas contingências marchou a força debaixo de chuvas repetidas durante os dias 21, 22, 23, 24 e 25 em que chegou ao córrego da Prata a 3 1/2 léguas do Jardim. Então o número de enfermos era tal que literalmente metade da força era empregada em carregá-los, pois que, cada padiola ocupava oito homens em sua condução. O descontentamento e fadiga da soldadesca eram evidentes. Os sãos, depois de poucas marchas, caiam exaustos pelo cansaço aos golpes da moléstia; e o estado geral reclamava uma pronta solução.
O coronel Camisão tomou então uma medida de que dependia a salvação do resto da força, medida cuja execução foi horrorosa e custou-nos momentos angustiosos e cruéis.
A 26 ficaram abandonados 76 morimbundos, os quais, apenas moveu-se a força, foram degolados pelos paraguaios que seguiam-nos sempre em certa distância.
Quadro horroroso que a sorte adversa nos proporcionou, na mais extraordinária colisão!
FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 181
FOTO:quadro Abandono dos coléricos de Lopes do Leão, acervo do Museu Histórico Nacional, Rio.
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