Pular para o conteúdo principal

Coluna chega a Canindé





Após a sofrida travessia do Rio Miranda, completada no dia anterior e que durou três dias, a coluna brasileira que se retira da Laguna, chega a Canindé, a três léguas de Nioaque, em 2 de junho de 1867, conforme relatório do major José Tomas Gonçalves, novo comandante das forças:

Esta marcha forçada efetuou-se maravilhosamente, apesar da chuva copiosíssima que caiu durante todo o trajeto, levando então cada corpo os seus doentes. No Canindé achei sinais da passagem dos paraguaios. Carros queimados existiam no caminho, estando o chão coberto de farinha e arroz.


A soldadesca comeu, enfim, apanhando tudo que foi encontrando, depois de 22 dias de cruel fome, durante os quais a ração de simples carne era tão diminuta, que repartiam-se 4 a 8 reses em lugar das 21, que habitualmente iam para o corte.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, SP, 1942, página 182.

FOTO: cena da retirada da Laguna. Meramente ilustrativa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ataque ao forte Coimbra

Em 27 de dezembro de 1864, sob o comando coronel Vicente Barrios, as forças de invasão de Solano Lopez, protegidas por denso nevoeiro, se aproximam da fortificação brasileira no rio Paraguai e somente “quando a fumaça das chaminés dos navios foi avistada pelas sentinelas, Coimbra tomou conhecimento do avanço paraguaio”. A frota de Barrios, segundo Carlos Francisco Moura, “capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque e totalizava 39 canhões de bordo. Vieram a reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam também 12 peças de campanha”. As forças de Coimbra, ainda conforme o mesmo autor, a “artilharia era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas como o número de artilheiros era insuficiente, só 5 podiam ser manejados. Ao amanhecer, o comandante brasileiro recebe o seguinte ulti...

A morte do barão de Antonina

  Morre em 18 de março de 1875, aos 93 anos em São Paulo, João da Silva Machado, o barão de Antonina. Um dos fundadores do Estado do Paraná e senador por esse Estado desde 1854, seu falecimento provocou o maior pendenga jurídica, visando seu riquíssimo virtual espólio fundiário, que abrangia praticamente todo o Sul de Mato Grosso: seus herdeiros contra o Estado. Estes de posse de escrituras, declarações ou de qualquer prova tentando reaver propriedades das quais seu antigo suposto dono em verdade as requereu, mas nunca tomou posse, e o Estado, no governo de Pedro Celestino, atendendo o interesse público e o direito dos atuais proprietários. A questão Antonina teria desfecho apenas 25 anos depois com a derrota dos herdeiros do barão na justiça.  FONTE : J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul , Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 100. Para conhecer outros fatos históricos do dia CLIQUE AQUI!

Tomada da fazenda Machorra

Na guerra do Paraguai, a força expedicionária brasileira, em ação no Sul de Mato Grosso, toma do exército inimigo em 20 de abril de 1867, a sede da fazenda Machorra, localizada em território brasileiro, à margem direita do rio Apa, em sua marcha com destino à ocupação da fazenda Laguna em território paraguaio. O relato é do próprio comandante das tropas brasileiras, coronel Camisão, na seguinte ordem do dia: Tenho a honra e orgulho de participar a V.Ex. que no dia 20 do corrente à frente da briosa coorte de soldados que comando, transpus o rio Apa, ocupando o forte de Bela Vista, cujas casas e edifícios os paraguaios com a nossa chegada trataram de incendiar, havendo destruído todas as suas plantações e lançado no rio muitos objetos que estão sendo retirados. Saindo da colônia de Miranda no dia 15, e levando comigo os fugitivos que ali se tinham apresentado vindos do Paraguai, com três dias de marcha cheguei ao rio Apa, acampando no lugar de uma antiga casa denominada por...