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Homenagem a Taunay no quartel de Aquidauana |
Pouco antes de partir para a fazenda Laguna, onde se daria o primeiro grande confronto com forças paraguaias, do forte Bela Vista, o tenente Taunay manda à sua irmã, no Rio, em 27 de abril de 1867, sua única carta de território paraguaio:
“Estamos presentemente destruindo a estacada que constituía este forte. Boas fogueiras ardem ao pé dos grossos paus de aroeira formando uma atmosfera agradável para combater o frio intenso que já se começa a sentir. Diante de nossos postos avançados estão os paraguaios que, conhecendo a nossa falta de cavalaria, observam do alto de uma eminência o incêndio da fortificação que defenderam tão mal.
Hoje achou a seguinte resposta a uma intimação que lhes foi dirigida em termos muito delicados:
Al Comandante de la fuerza brasileira – Lãs fuerzas Paraguayas siempre tienen oficiales com quienes hablar: pero em el estado pleno de guerra entre el Imperio y la Republica, solo com la espada em mano podrán tratar com vosotros... Los tiros que hábeis disparado contra nosotros, no nos ofendem; sobran campos para las armas republicanas.
Estiveram polidos e já é muito. A letra é linda e do próprio punho do major Urbieta, como reconheceram os fugitivos que estão entre nós. Entretanto, se tivéssemos aqui uns 50 soldados bem montados estaríamos de posse de imensa bagagem que os inimigos puderam por a salvo de nossa perseguição.
A posição de Lopez deve estar desesperada; senão ele teria mandado reforço depois de um mês de aviso de próximo ataque. Se esta guerra pudesse terminar breve e pudéssemos, enfim, abraçar-nos, daríamos por bem empregada a longa ausência de dois anos. O correio vai partir, adeus, mil saudades a Mamãe do grande filho condecorado. Alfredo".
FONTE: Taunay, in Mensário do Jornal do Comércio (Tomo XXI, volume II), Rio, fevereiro de 1943, página 349.
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