Pular para o conteúdo principal

Explorador espanhol na foz do rio Negro


Os bergantins do adelentado Cabeza de Vaca
Em sua viagem de exploração ao Pantanal, o navegador espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca alcança a foz do rio Negro:

No dia 25 de outubro o adelantado chegou com seus bergantins a uma parte em que o rio se dividia em três braços. Um dos braços era uma grande lagoa, mas que os índios chamam de rio N
egro. Este rio corre para o norte, terra adentro. Os outros braços são de boa cor e pouco mais abaixo vão se encontrar.

O adelantado mandou colocar muitos sinais na boca do rio, com árvores cortadas e mais três cruzes bem altas, para que servissem de indicação para os outros nativos que vinham atrás. Continuou navegando a remo durante três dias, ao cabo dos quais saiu daquele rio e foi por outros dois braços que saem da lagoa, tendo chegado à beira de umas serras muito altas e arredondadas como um sino, além de serem avermelhadas e completamente desprovidas de vegetação. Por estas condições, deferindo totalmente das outras serras destas paragens, que são montanhosas e cheias de árvores e vegetação, acredita-se que exista muito metal por ali. Os índios disseram que em outros tempos seus antepassados tiravam dali um metal branco, mas o adelantado não pode constatar a existência ou não do mineral por não levar ferramenta adequada e pela grande enfermidade que deu no pessoal por aquele período. Além disso, entendeu que poderia fazer esta investigação em outra ocasião, porque estas serras ficavam perto do porto dos Reis, vindo por terra.



FONTE: Marco Rossi, Viajantes do Pantanal, Editora Horizonte Verde, Campo Grande, 2002, página 15 
IMAGEM: Mário Sergio Lorenzetto, Cabeza de Vaca e os mitos de seu tempo, Fiuza Editora e Comércio de Livros, São Paulo, 2006, foto de capa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ataque ao forte Coimbra

Em 27 de dezembro de 1864, sob o comando coronel Vicente Barrios, as forças de invasão de Solano Lopez, protegidas por denso nevoeiro, se aproximam da fortificação brasileira no rio Paraguai e somente “quando a fumaça das chaminés dos navios foi avistada pelas sentinelas, Coimbra tomou conhecimento do avanço paraguaio”. A frota de Barrios, segundo Carlos Francisco Moura, “capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque e totalizava 39 canhões de bordo. Vieram a reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam também 12 peças de campanha”. As forças de Coimbra, ainda conforme o mesmo autor, a “artilharia era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas como o número de artilheiros era insuficiente, só 5 podiam ser manejados. Ao amanhecer, o comandante brasileiro recebe o seguinte ulti...

A morte do barão de Antonina

  Morre em 18 de março de 1875, aos 93 anos em São Paulo, João da Silva Machado, o barão de Antonina. Um dos fundadores do Estado do Paraná e senador por esse Estado desde 1854, seu falecimento provocou o maior pendenga jurídica, visando seu riquíssimo virtual espólio fundiário, que abrangia praticamente todo o Sul de Mato Grosso: seus herdeiros contra o Estado. Estes de posse de escrituras, declarações ou de qualquer prova tentando reaver propriedades das quais seu antigo suposto dono em verdade as requereu, mas nunca tomou posse, e o Estado, no governo de Pedro Celestino, atendendo o interesse público e o direito dos atuais proprietários. A questão Antonina teria desfecho apenas 25 anos depois com a derrota dos herdeiros do barão na justiça.  FONTE : J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul , Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 100. Para conhecer outros fatos históricos do dia CLIQUE AQUI!

Tomada da fazenda Machorra

Na guerra do Paraguai, a força expedicionária brasileira, em ação no Sul de Mato Grosso, toma do exército inimigo em 20 de abril de 1867, a sede da fazenda Machorra, localizada em território brasileiro, à margem direita do rio Apa, em sua marcha com destino à ocupação da fazenda Laguna em território paraguaio. O relato é do próprio comandante das tropas brasileiras, coronel Camisão, na seguinte ordem do dia: Tenho a honra e orgulho de participar a V.Ex. que no dia 20 do corrente à frente da briosa coorte de soldados que comando, transpus o rio Apa, ocupando o forte de Bela Vista, cujas casas e edifícios os paraguaios com a nossa chegada trataram de incendiar, havendo destruído todas as suas plantações e lançado no rio muitos objetos que estão sendo retirados. Saindo da colônia de Miranda no dia 15, e levando comigo os fugitivos que ali se tinham apresentado vindos do Paraguai, com três dias de marcha cheguei ao rio Apa, acampando no lugar de uma antiga casa denominada por...