A Circunscrição Militar de Mato Grosso, com sede em Campo Grande, adere em 5 de julho de 1922, ao movimento revolucionário, iniciado nessa data com o episódio no Rio de Janeiro, que ficou conhecido como “18 do Forte”. Solidário com os rebeldes cariocas, o comandante da região militar, general Clodoaldo da Fonseca, publica o seguinte manifesto:
"Matogrossenses, a situação política angustiosa e aflitiva que há muito vem atravessando a nossa querida pátria, chegou ao termo já previsto: a reação armada na capital federal. Diz-nos a consciência que, com reiterados apelos que fizemos no sentido de se conseguir uma fórmula honrosa e digna, afim de, sem grandes abalos, reivindicar à República os verdadeiros princípios, cumprimos os nossos deveres, firmes nessa resolução que visa, principalmente, evitar a anarquia em nossa pátria. Resolvemos deixar o nosso Estado, ao qual desejo de todo o coração, continue em paz e franca prosperidade, para marcharmos ao encontro dos nossos concidadãos que se batem pelo regime republicano. Tendo assim cumprido o nosso dever, esperamos que vós cumprireis o seu".¹
Ato contínuo, o general "sublevou a 9a. Circunscrição Militar, acompanhado pelos regimentos da fronteira, inclusive o 11° RCI de Ponta Porã, que fez convocação de reservistas. As tropas da Circunscrição foram todas concentradas em Campo Grande, marchando para Três Lagoas e chegaram até à barranca do rio Paraná, com o objetivo de atravessar o rio, e seguir por São Paulo até à Capital Federal. Depararam, porém, com tropas legais, que já estavam estacionadas no outro lado, guarnecendo a passagem pelo porto Jupiá.
"Veio então um grupo de oficiais a fim de parlamentarem com o general Clodoaldo, informando-lhe do fracasso da revolta no país e a conveniência da rendição de suas forças. Mostraram-lhe jornais do Estado de São Paulo e do Rio, os quais noticiavam tudo, detalhadamente.
Convencido de que o movimento havia fracassado desde o início, o general Clodoaldo da Fonseca deu a revolta em Mato Grosso por terminada, assumindo a responsabilidade por tudo, e entregou-se, seguindo com os oficiais, a fim de se apresentar no Rio de Janeiro".²
FONTE: ¹Correio da Manhã (RJ), 13 de junho de 1922. ²Pedro Ângelo da Rosa,Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai), Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1963, página 70.
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