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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Brasileiros abandonam Miranda

Salobra, primeiro destino dos fugitivos de Miranda Ofício de 31 de janeiro de 1865, do tenente-coronel Dias da Silva, comandante do quartel de Miranda, por ocasião da invasão do Brasil por forças paraguaias, descreve a fuga dos brasileiros para Coxim e Santana do Paranaíba, antes da chegada do inimigo: ...e constando-me que o inimigo se achava já a poucas léguas de marcha para a vila. De modo a não dar lugar a delonga alguma, retirei-me com a pequena força do Batalhão de Caçadores, mandando antes ordem para a Salobra (...) para de lá seguir o corpo e algumas praças com direção à estrada da fazenda do Daboco (aliás Taboco) a encontrar-se comigo. Sendo forçado a abandonar os arquivos e bagagens dos corpos por falta absoluta de condução para tudo; o que tem ocasionado a maior penúria e toda sorte de privações por se haver retirado toda a força com a roupa do corpo e a maior parte dos oficiais a pé com suas famílias. Mais adiante, o oficial brasileiro lastima a ação impetuo...

A morte de Senhorinha Barbosa

Falaceu em Bela Vista, em 26 de janeiro de 1913, dona Rafaela Senhorinha Maria da Conceição Barbosa Lopes, viúva de José Francisco Lopes, o Guia Lopes da Laguna. O ato, com referências à sua vida agitada, é revisto por seu contemporâneo Miguel Palermo: generosa e benfazeja gozava de sincera estima geral e terno amor de seus filhos e numerosa parentela.   Bondosa, meiga, carinhosa e hospitaleira, dona Senhorinha à primeira vista fazia nascer princípios de tão bela atração que não havia pessoa alguma por mais indiferente que fosse, que não saísse impressionado favoravelmente do seu trato.    Com lucidez sem igual, referia-se a quem lhe pedisse, os seus sacrifícios passados, consistentes na prisão de 18 de outubro 1849 ; na perda dos seus haveres naquela época; na sua segunda captura como prisioneira de Guerra de 1864-1870; na na perda de seu segundo marido e dos três filhos voluntários da Pátria, nas façanhas e    crueldades praticadas contra os bra...

Tropas em Nioaque

Nioaque antiga. Uma cidade com as marcas da guerra De Miranda onde estavam acampadas desde o início do ano anterior, as tropas brasileiras de reocupação da fronteira, sob o comando do coronel Camisão, chegam em 24 de janeiro de 1867, a Nioaque em ruínas. A chegada e os primeiros dias na vila são detalhados pelo tenente Taunay, do corpo de engenharia: Ali chegamos às 11 horas de 24 de janeiro de 1867, acampando, em ordem de batalha, com a direita encostada à margem direita de Nioac; e a esquerda à mata de Orumbeva. Instalaram-se o quartel general e o trem à retaguarda, no local da vila, ocupando o hospital as pequenas casas salvas do fogo e um grande galpão que às pressas se construiu. Serviu a nave da igreja – de onde se retirara tudo quanto ainda havia de símbolos do culto – de depósito ao cartuchame e a todas as munições. Ergueram-se, de todos os lados, ranchos de palha, gurbis como lhes chamam na Argélia, e, dentro em pouco, oficiais e soldados ali se acharam tão bem ins...

A morte do marechal Rondon

Aos 92 anos falece no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1958, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, patrono brasileiro das comunicações. Mato-grossense de Mimoso, foi o responsável pela extensão da rede telegráfica de Cuiabá a Bela Vista, passando por Coxim, Aquidauana, Miranda, Corumbá, Forte Coimbra e Porto Murtinho e Norte do Brasil. Fundou e foi o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio. Em Campo Grande, uma das principais ruas da cidade, tem o seu nome. A maior cidade do Sul de Mato Grosso, Rondonópolis, também venera sua personalidade. Rondon é o único brasileiro homenageado com a denominação de um Estado: Rondônia.¹ O presidente Juscelino Kubtscheck, ao tomar conhecimento de seu falecimento, fez a seguinte manifestação: O marechal Rondon é o símbolo dos pioneiros que construíram o Brasil. O seu nome está na consciência dos brasileiros e no mapa nacional, onde Rondônia o imortaliza. Bandeirante dos sertões, amigo desvelados dos índios, militar que teve...

Coluna Prestes invade Paranaíba

  Rebeldes da Coluna Prestes, à frente Siqueira Campos (foto) , ocupam  em 17 de janeiro de 1927, a vila de Santana do Paranaíba, em sua passagem para Goiás e estados do Nordeste. A notícia de Paranaíba e das ações dos revoltosos na fazenda Pantano, nas proximidades de Três Lagoas é publicada na Gazeta do Comércio, semanário treslagoense:  "OS REBELDES EM SANTANA - Pessoas vindas de Santana do Paranaíba nos informam que em noite de 17 foi a cidade inopinadamente invadida por um grupo de rebeldes sob o comando de Siqueira Campos, sendo o seu primeiro ato aprisionar a pequena força policial ali destacada e que, depois, foi recolhida à cadeia pública, onde permaneceu longo tempo sem receber alimentação nem água. Em seguida, dirigindo-se à Coletoria Estadual, Siqueira Campos fez a apreensão do dinheiro existente no cofre - 14:000$000 - e impôs à população um tributo de igual quantia, imediatamente coberto. Várias requisições ainda foram feitas ao co...

A invasão de Miranda

      As colunas de Martin Urbieta e de Francisco Resquin (foto), responsáveis pela invasão do Brasil, por terra, agora juntas, sob o comando de Resquin, ocupam em 12 de janeiro de 1865, a vila abandonada de Miranda. A tática da ocupação e as condições do povoado são detalhadas pelo comandante em parte aos seus superiores em Assunção: Viva a República do Paraguai! Sr. Ministro. Como tive a honra de comunicar à V. Exª em minha última parte, empreendi minha marcha a curtas jornadas  chegando a esta vila em 7 dias e meio de Nioaque. No dia 12 fiz alto no riacho Vilasboas, uma légua da vila de Miranda, de onde despachei um esquadrão ao mando do capitão cidadão Romualdo Canteros, com o fim de explorar a disposição  da vila, e com ordem de dar-me parte se a encontrasse com tropas em atitude de defesa, ou de ocupa-la em caso contrário segundo anunciavam pombeiros. O resultado da exploração foi encontrar-se a vila abandonada. Em vista d...

Mato Grosso declara estado de guerra

Coimbra, palco da primeira batalha da guerra do Paraguai O brigadeiro Alexandre Manoel Albino de Carvalho, que governava a província de Mato Grosso quando estourou a guerra do Paraguai, em 9 de janeiro de 1865, dirige ao povo a seguinte proclamação: Matogrossenses! A injustificável ameaça do Governo da República do Paraguai, feita ao Império em sua nota 30 de agosto do ano passado, está consumada. Em 27 de dezembro findo uma expedição paraguaia, composta de numerosos navios a vapor e a vela com cerca de 5000 homens, acometeu o forte de Nova Coimbra e intimou ao comandante tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro a sua entrega dentro do prazo de uma hora, ficando em tal caso a guarnição sujeita à sorte das armas. Contra tão desleal agressão protestaram energicamente as guarnições do forte de Nova Coimbra e do vapor Anhambaí, seu auxiliar, composta de menos de 200 homens. Esse protesto ficará na história, escrito pelas armas imperiais, tintas de sangu...

Guaicurus cometem chacina no forte Coimbra

  Índios guaicurus, insinuando visita pacífica ao forte Coimbra traiçoeiramente, cometem chacina contra a guarnição militar, em 6 de janeiro de 1778. O episódio é revisto pelo pesquisador Carlos Francisco Moura: Era um grupo numeroso de índios a pé e a cavalo,acompanhados de suas mulheres. Vinham sem lanças nem flechas e traziam carneiros, aves, peles de animais e outros artigos para negociar. O cacique e seu intérprete entraram na estacada para parlamentar com o comandante Marcelino Camponês, enquanto do lado de fora os soldados comerciavam com os índios, vigiados por uma escolta de doze soldados armados. Alegando que as mulheres tinham medo de arma de fogo, os guaicurus pediram ao ajudante Tavares que as retirasse à escolta e as colocasse sob uma tolda próxima.Disseram que os soldados não precisavam ter medo pois eles estavam sem armas, só com cacetes e facas. Atendidos nesse pedido, convidaram os soldados a descansar no regaço de suas mulheres. Estavam assim descuida...

Invasão de Nioaque

Coluna paraguaia, sob o comando de Francisco Resquin, após a ocupação mansa e pacífica da colônia de Miranda, invade Nioaque, em 2 de janeiro de 1865, conforme relatório do comandante guarani aos seus superiores em Assunção, liberado no dia seguinte à invasão: Dali acampei a uma légua e meia e prosseguindo o dia seguinte, fiz parada a quatro léguas e meia sobre o riacho Pequeno, aproveitando na tarde, a aguada e bom pasto do lugar. Ao amanhecer do dia seguinte movi o campo e depois de três léguas de marcha, passei o córrego Ponte, e com duas léguas mais o rio Nioaque a uma do dia. Concluída a passagem fiz adiantar o capitão Rojas com dois esquadrões para apossar-se da povoação de Nioaque, onde não encontraram mais que dois indivíduos, um espanhol e outro português europeu. Eu acampei em frente à povoação e dei ordens de reconhecimento das casas de armamento e demais coisas, porém no comando não se encontraram mais que seis carabinas de caça e seis espadas de tropa. Depois...

O massacre de Passo Feio

Em 1º de janeiro de 1865, véspera de ocupar a vila abandonada de Nioaque, a força de ocupação do exército paraguaio, comandada pelo coronel Francisco Resquin, ataca a guarnição que abandonava o local. Muitos conseguiram escapar à perseguição inimiga, mas um grupo foi alcançado e massacrado, conforme relato do comandante paraguaio ao seu superior em Assunção: Senhor Ministro: O coronel comandante da coluna de operações sobre o rio Mbotetey, tenho a honra de levar ao conhecimento de V.E. que prosseguindo minha marcha da colônia de Miranda e a três léguas de distância recebi aviso de meu segundo o capitão Blas Rojas, que seguia à vanguarda, que se apresentava à vista uma coluna de cavalaria brasileira de 2 a 300 homens: então dei-lhe ordem para lhe bater, acelerando minha marcha, porém havendo a coluna brasileira ganhado o monte do riacho chamado Passo Feio, mandou dizer seu comandante que queria ver-me; e lhe mandei que escrevesse o que lhe ocorria. A isto escreveu dizendo que deseja...