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Mostrando postagens de maio, 2019

Cólera vence o comandante

Na guerra contra o Paraguai, a epidemia de cólera-morbus que dizimava a coluna na retirada da Laguna, acometera em 29 de maio de 1867, o seu comandante-chefe, coronel Carlos Camisão. Taunay revive o drama: A 29 tornou-se evidente que o Coronel morreria. Por vezes vencera o sofrimento aquela dignidade que tanto zelara: ‘Dizem que a água mata, exclamava, dêem-ma, quero morrer!’ Caiu num estado de torpor e sonolência e o corpo cobriu-se-lhe de manchas violáceas. Às sete e meia fez supremo esforço; levantou-se do couro em que estava deitado, apoiou-se sobre o capitão Lago, e perguntou-lhe onde estava a coluna, repetindo ainda que a salvara. Depois, voltando os olhos, já vidrados, para o seu ordenança, exclamou em tom de comando: ‘Salvador! Dê-me a espada e o revólver.’ Procurou afivelar o talim e exatamente nesta ocasião deixou-se rolar no chão murmurando: ‘Façam seguir as forças, que vou descansar.’ E assim expirou. Naquele mesmo dia, com a morte do tenente-coronel Juvêncio Manuel Ca...

A morte do Guia

Túmulo de José Francisco Lopes, o guia Lopes da Laguna, em Jardim Acometido pela cólera que atacou a coluna brasileira durante a retirada da Laguna, morre em 27 de maio de 1867, ao alcançar a margem do rio Miranda, em terras de sua fazenda Jardim, o guia José Francisco Lopes. Taunay registra: Na manhã de 27 ainda de nós se aproximou o inimigo, fazendo menção de nos disputar a  passagem do ribeirão que dá o nome o retiro. Conteve-se, porém, ante a atitude do 17° de voluntários que formava a retaguarda, e assim continuou a nossa marcha, como a da véspera. Já sem voz, era o coronel Camisão carregado sobre um reparo de peça, Lopes sobre outro e o tenente-coronel Juvêncio, assim como vários outros oficiais e inferiores em redes. Durante a última parada três haviam morrido. A meia légua do retiro atingimos afinal a margem do Miranda, demasiados abatidos e acabrunhados, porém, para podermos experimentar a alegria com que contáramos. Via-se a margem oposta, a casa do guia, o teto hosp...

A guerra da divisão

Bento Xavier foi o líder da insurreição separatista no Sul do Estado Em longo relatório à Assembléia Legislativa, em 13 de maio de 1908, o presidente Generoso Ponce descreve as movimentações do rebelde  Bento Xavier no Sul do Estado  e das providências tomadas para contê-lo: " Informado do que lá se passava de grave contra a ordem pública e mesmo  ameaçador à integridade do Estado ; não podendo nem devendo ficar indiferente aos acontecimentos, que dia a dia tomavam maior vulto, reclamando prontas e enérgicas providências, tive de organizar, como sabeis, uma expedição militar, que daqui partiu a 30 no referido mês de novembro. Compôs-se a força expedicionária de 177 homens, sendo 120 praças de polícia e 50 do exército e 7 oficiais a saber: 2 do exército e 5 da polícia, bem como o 1° tenente do exército dr. Emílio de Castro Brito, que acompanhou o contingente de linha que daqui (Cuiabá) seguiu. Em Corumbá recebeu ela outros recursos bélicos, cedidos pelo governo da...

O último combate

Homenagem aos soldados paraguaios mortos no combate de Nhandipá Na retirada das tropas brasileiras da fazenda Laguna, em 11 de maio de 1867, durante a travessia do rio Apa, em Bela Vista, fere-se o combate de Nhandipá, onde entraram em ação 3.000 homens de ambos os lados, caindo na batalha para mais de 100 combatentes. O confronto é descrito pelo major José Thomaz Gonçalves, comandante do Batalhão 21 de Infantaria: “ O dia 10 foi de descanso, efetuando-se a 11 de manhã a passagem do rio Apa, com a qual gastou a força mais de 4 horas pela quantidade de animais e carros que passaram de uma margem a outra. Às 9 horas começou a marcha na ordem adotada anteriormente, caminhando-se perto de três quartos de légua sem avistarem-se inimigos. Entretanto, os terrenos prestavam-se perfeitamente ao movimento da cavalaria, por serem ligeiramente ondulados e abertos em todos os sentidos. Observou-se, por isso, o maior cuidado, prevendo qualquer tentativa em que fosse ainda experimentado o valor b...

O quartel de Antonio João

É fundada no sul do Estado em 10 de maio de 1861, a colônia militar de Dourados. Segundo informação da época de sua implantação, a colônia "está localizada em um lugar aprazível e fértil, sobre uma chapada na margem direita do primeiro e maior dos três braços que formam o rio dos Dourados, entrecortada por capões e vertentes que vão encontrar no principal galho do rio. Fica abaixo do dorso da serra de Maracaju em uma distância de quatro a cinco léguas na zona compreendida entre este rio e o Ivinhema, Paraná e Iguatemi, e elevação da mesma serra para o lado do nascente, na distância de 12 léguas de Miranda, rumo geral 5. Inaugurou-se esta colônia com 1 empregado militar, 29 praças e 10 colonos paisanos, depois de 5 anos de esforços". O primeiro comandante da colônia foi o tenente  Antonio João Ribeiro , herói da guerra do Paraguai. FONTE:  Relatório do Ministério da Guerra, Rio de Janeiro, 1866, página 14.

Começa a retirada da Laguna

A retirada da Laguna, composição de Álvaro Marins Encurralado e fustigado pela forte caval aria i nimiga, com insuficiência de muni ção, falta de víveres e t endo como justificativa, retroceder à fronteira para "aguardar algumas probabilidades de nos abastecer e gozar de pequeno repouso", a força brasileira de ocupação ao norte do Paraguai, inicia em 8 de maio de 1867, a célebre retirada da fazenda Laguna, ocupada em  6 de maio . O episódio foi  descrito  pelo tenente Taunay, escriba da expedição e seu mais ilustr ado  protagonista: Quando no dia seguinte, o sol se levantou (era um dia dos mais serenos) já estávamos em ordem de marcha com as mulas carregadas, os bois de carro nas cangas e tudo quanto restava do gado encostado ao flanco dos batalhões, de modo a seguir todos os movimentos da coluna. Às sete da manhã, o corpo de caçadores desmontados, a quem competia o turno da vanguarda, abriu a marcha, tendo a seguir bagagens e carretas, circunstância que ...

Camisão na fazenda Laguna

Coronel Camisão, comandante das forças brasileiras de ocupação As tropas brasileiras, sob o comando do coronel Carlos Camisão atacam em 6 de maio de 1867, a fazenda Laguna, do presidente Solano Lopez, em território paraguaio: “Na madrugada de 6 de maio foram os paraguaios acordados ao som de nossas descargas, sendo incontinenti ocupado o acampamento inimigo. Glória imensa coube à nossa soldadesca! O entusiasmo era indescritível! Nesta ocasião os paraguaios desmascaravam a força de que dispunham. Mais de 700 cavaleiros carregaram por vezes à infantaria brasileira, ao passo que duas bocas de fogo atiravam sobre ela inúmeros projetis. As partes deste combate vão juntas e minuciosamente relatam os seus brilhantes episódios. Muitas lanças, armas, cavalos, arreios e ponchos revieram para o nosso acampamento, pois que haviam os dois corpos recebido ordem para se retirarem, apenas os inimigos cedessem campo". A estratégia paraguaia viria a ser descoberta apenas depois da incursão dos...

Combate contra a fome

Taunay, 2º tenente e escriba da expedição brasileira A caminho de Miranda, no acampamento do rio Negro, a primeira brigada que deixara antes o Coxim, é alcançada pela segunda, t em 4 de maio de 1866, trazendo o novo contingente que enviara a província de Goiás. “Neste tempo - anota Taunay - achava-se a coluna a braços com as mais atrozes necessidades. A carne faltava de todo, os soldados quase que exclusivamente se sustentavam de fruta de jatobá e de outras árvores silvestres. O abuso trouxe logo o desenvolvimento de várias enfermidades, cuja atividade era ajudada pelas condições climatéricas do lugar. Com efeito, o acampamento assentava em chão fofo, que em covas de dois a três palmos de profundidade davam a água de beber. De mais por todos os lados pântanos extensos, sujeitos à ação do sol ardente, produziam exalações deletérias". FONTE : Taunay,  Em Mato Grosso invaddo , 14a. edição, Companhia Melhoramentos, S.Paulo, 1942, página 71.